Voltei da viagem ao Brasil há dois meses.
A viagem foi maravilhosa, e agradeço
muito a Deus pela oportunidade de voltar
e encontrar com a família e com os irmãos.
Agradeço muito pelo tempo e carinho de muitos da Igreja!
Parece que ando sem inspiração em relação ao que escrever.
No entanto, existealgo que tenho guardado no coração,
e que não cheguei a compartilhar nos e-mails anteriores.
No dia em que compartilhei na Igreja de Mogi, cheguei a comentar brevemente
que não estava bem de saúde. Não contei detalhes, pois não me senti à vontade
para compartilhar. Na verdade, o meu receio era deixar a minha família saber e se preocupar
comigo. Lembro-me do sermão naquele domingo em Mogi. O pastor falou sobre omissão e
chegou a mencionar sobre a fraqueza física pela qual ele passara. Isso me
encorajou muito e vi que não preciso mascarar as fraquezas, pelo contrário, Deus
pode fazer coisas bonitas por meio delas.
Então decidi compartilhar um pouco de algo que aconteceu no ano passado:
Durante as missões em campo fiquei doente quase todas as vezes, e aos poucos
comecei a sentir muita dor no ombro, pescoço e costas, e um cansaço absurdo.
Fui muitas vezes ao médico, e todos os resultados de exames que fiz relatavam
que eu não tinha problema algum. Mas a dor persistia, e eu fazia terapia três vezes
por semana. Em meio a dor, muitos oraram por mim e me encorajaram.
Um certo evento ficou marcado em minha memória: no ano de 2015, eu e uma turma estávamos
estudando o livro de Jó, e, enquanto eu lia o livro em uma sala, uma garota
chamada Jess veio falar comigo. Ela disse que estava intercedendo, e Deus
mostrara a ela uma pessoa com uma cobra no lado esquerdo do pescoço, então
Jess me perguntou se eu tinha dor no pescoço e em que lado (a minha dor era no
lado esquerdo). Então ela começou a interceder, e do nada um outro amigo
também veio orar por mim. Esse amigo estava sentado na frente da sala lendo a
Biblia e, de repente, começou a sentir uma dor no lado esquerdo do pescoço dele
e, ao virar para trás, viu a Jess orando por mim. Assim, ele sentiu que também era
para interceder por mim. A dor não se foi completamente, mas sei que algo
aconteceu no mundo espiritual, e Deus enviou pessoas para interceder por mim e
me fortalecer.
Durante esse tempo, por causa da dor e das constantes visitas ao médico,
comecei a sentir e acreditar que eu não poderia servir a Deus, por não estar
fazendo tanto quanto outros missionários. Eu já não conseguia mais manter o
mesmo schedule como fazia antes. Dessa maneira, antes de voltar para o Brasil,
eu havia decidido que iria servir na JOCUM apenas até o ano passado.
No entanto, uma semana antes de voltar ao Brasil, por meio de um livro,
Deus tocou meu coração e recolocou a visão de ver o evangelho espalhando pelas nações,
e vi que o importante não estava em ser boa o suficiente,
mas se tinha esse coração.
Perguntei milhares de perguntas a Deus, mas elas pareciam não passar do teto e
voltavam vazias. Mas durante esse tempo acho que algo em meu coração estava
sendo moldado. Apesar de não saber como colocar em palavras, acho que tudo
isso mexeu com meu orgulho, pois precisei muito da ajuda dos outros, precisei
admitir que havia coisas que eu não conseguia mais fazer, e que o meu valor não
estava no fato de conseguir fazer algo ou não.
Três dias antes da minha viagem para o Brasil, machuquei meu pescoço (não me
perguntem como), e fiquei de cama três dias inteiros. Posso dizer que de tanta dor
que senti nesses dois anos, parecia que nada mais valeria a pena na vida, a não
ser viver para Deus, mesmo sem saber ao certo o que isso possa significar.
Apenas Deus sabe o que Ele pode fazer com nossas vidas quando nos
entregamos às mãos dEle. Foi assim que tomei coragem e decidi servir por mais
um ano aqui, tendo em mente que foi muito claro no inicio quando Deus me disse
para vir para Taiwan.
Na volta para o Brasil, fiz uma oração, pedi a Deus para que Ele permitisse que
minhas dores fossem curadas quando estivesse no Brasil.
E não é que a dor intensa se foi? Às vezes sinto alguns incômodos, mas nada
comparado às dores de antes. Fico muito feliz em ver minha saúde fortalecida em
apenas um mês no Brasil! As vezes da medo de ter a saúde debilitada de novo, se
puderem interceder por mim, para que eu seja fortalecida no Senhor.
Quanto ao que fazer ano que vem, eu e Sam estamos orando e buscando a
direção de Deus para nossas vidas. Porque não importa se trabalhamos no mundo
secular ou em uma organização cristã, o importante é estar no lugar onde Deus
planejou para cada um de nós. Nesse sentido, peço pelas orações de meus irmãos
em Mogi, por mim e Sam, para que enxerguemos a visão de Deus em nossas
vidas, porque com certeza Ele guiará. Ultimamente, a pressão da família tem sido
muito forte, por um lado, por não serem cristãos e não entender a nossa escolha,
por outro lado, a família tem dado pressão ao Sam em continuar o negocio da
família. Antes, compartilhei como o pai dele decidira batizar, no dia do batismo ele
foi para a Igreja, e depois na hora do batismo ele retrocedeu, não sabemos ao
direito porque. Por favor, continue a interceder pela família de Sam.
Para os que leram até aqui, tenho uma surpresinha...
Essa segunda fui ao médico de novo ... mas dessa vez foi porque tem um pequeno
baby se formando dentro de mim! Made in Brazil!
Deus nos abençoou com um bebê. Na próxima conto a historinha de como senti
que eu ia ter um bebê antes mesmo de engravidar!
Mesmo gravida, minha saúde melhorou!
Tenho desconfortos de gravida, tipo náusea, azia, fadiga, mas sintomas comuns da gravidez
... por isso sera uma nova etapa na vida, e uma experiência diferente!
Obrigada pelo carinho e cuidado, dessa vez que voltei pra Igreja, vi o carinho dos
irmãos ao papear e orar por nos!
Desejo e oro sempre do melhor a vocês!
